A Primeira SDI do Tribunal Regional do Trabalho manteve, hoje, 24/09, a liminar espedida pela desembargadora Paula Oliveira Cantelli a favor do Sindicato contra a proposta da USIMINAS de redução salarial.
Essa é mais uma importante vitória dos trabalhadores na luta contra a redução salarial e a retirada de direitos.
As decisões do judiciário comprovam o que o Sindicato já vinha denunciando, que a proposta da USIMINAS não é para preservar o emprego e sim para retirar mais direitos dos trabalhadores.
A decisão da desembarcadora, proferida no dia 21/07, se baseou no princípio de “que ao sindicato cabe a defesa dos interesses de seus associados, sendo prerrogativa da Diretoria, inclusive, a condução política, presume-se legítima, em princípio, a negativa da entidade sindical em anuir com a proposta da Usiminas de redução dos direitos trabalhistas de seus filiados. Entendimento contrário importaria, data venia, em ofensa ao princípio constitucional da autonomia coletiva privada, disposto no art. 8º, I e III.
Ainda segundo a Desembargadora, “em última análise, verifica-se na minuta do Acordo Coletivo de Trabalho proposto pela empresa USIMINAS (id. ed5c964 - pág. 3 a id. ed5c964 - pág. 7), que não há qualquer garantia de emprego contra dispensas porventura efetivadas, nem mesmo limitações às referidas dispensas. O que se observa é tão somente a intenção de se celebrar pacto com o objetivo de redução da jornada e a consequente redução salarial.”
A Desembargadora ressaltou também os indícios de conduta antissindical por parte da USIMINAS, “aliás, quanto aos citados documentos – os abaixo-assinados juntados à ACP -, causa estranheza que os signatários se autodenominem de "colaboradores" da Usiminas. Colaborador não é empregado e, também não pode ser considerado associado efetivo para os fins do art. 7º do Estatuto do Sindicato (id 9a43f4c, pág. 6). Além disso, tal fato pode indicar que a iniciativa da confecção dos abaixo-assinados tenha partido da empresa, como denunciado pelos impetrantes, traduzindo-se em conduta antissindical, violando diretamente a Convenção 98 da Organização Internacional do Trabalho – OIT -, ratificada pelo Brasil.
O que a USIMINAS quer é reduzir o salário de todos os trabalhadores, começando pela semana inglesa até chegar no turno e nas empreiteiras. E enquanto rebaixa os salários de todos e demite, a empresa recontrata com os salários já reduzidos de forma permanente. Ou seja, o nosso salário que já é um dos mais baixos do país, no setor siderúrgico, vai ficar ainda pior, enquanto a inflação só aumenta!
A LUTA SEGUE CONTRA A PROPOSTA DA USIMINAS DE REDUZIR OS SALÁRIOS E DIREITOS!